segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DENNES LOPES


Conversar com Dennes Lopes, especialista em tapetes orientais e dono da Netzach Tapetes Persas é mergulhar num mundo com tanta riqueza histórica e cultural, que ficaríamos horas a ouvi-lo. A empresa existe há 14 anos, mas Dennes Lopes praticamente iniciou sua caminhada de vida sobre tapetes, desde os 13 anos estuda e respira esse universo. Por conta de todo este caminho e dedicação, hoje carrega consigo a chancela de perito especialista e profissional de destaque no mercado tapeceiro. Suas peças, todas elas confeccionadas à mão por artesões, traduzem todo o seu encanto por esta arte. Irã, Paquistão, Afeganistão, Índia e Turquia são as origens destas valiosas obras de arte.
A Netzach não restringe sua atividade apenas à comercialização dos tapetes, desempenha também com excelência restauro e limpeza. Com uma vasta cartela de clientes a Netzach pode afirmar com propriedade que a relação com os admiradores de seus tapetes não termina na venda; a manutenção das peças garante um contato mais próximo com seus clientes, tratamento diferenciado e uma constante troca de aprendizado a cerca da arte oriental. Muitos se tornaram amigos e hoje confiam na consultoria de Dennes Lopes para novas aquisições.
Muito estudo e experiência permitiram a formação de uma equipe muito bem preparada. “ Tenho uma oficina bem estruturada com profissionais qualificados, onde fazemos limpeza e restauro exatamente com os mesmos procedimentos realizados nos países produtores”, explica Dennes Lopes. Um tapete não pode perder seus traços originais, que carregam o “DNA” de seus artesãos, por isso o material utilizado é trazido dos países de origem da peça, em cada caso é apurado o processo mais adequado.
“Tapete oriental é uma obra de arte, não pode-se correr risco com lavagem ou restauro inadequado. Um tapete que recebe a devida manutenção permanece por centenas de anos com as mesmas características de quando foi confeccionado. Mais do que ser proprietário da Netzach tapetes, sou apreciador desta arte milenar e luto para mantermos viva a cultura dos tapetes orientais em nossas próximas gerações. Tenho peças de 150 anos, que estão intactas. Para um verdadeiro amante destes tapetes o sentimento de admirar relíquias em bom estado de conservação se equipara ao de todo carioca quando após um longo tempo fora de casa desfruta de um passeio na orla de Copacabana, talvez este, seja o tapete mais conhecido do mundo.” Com estas palavras Dennes descreve sua fascinação.

ARTE ISLÂMICA


O Islamismo é a religião formulada por Maomé e que propagou-se a partir da Arábia desde o século VII. Apesar de considerada uma religião sincrética, formada a partir de elementos cristãos e judaícos, na verdade temos uma religião original, que procurou responder aos anceios dos povos daquela região, incorporando principalmete elementos da cultura dos povos beduínos e algumas característica de outras religiões. Na arte, percebemos tanto as influências dos povos pré islâmicos, como também de uma nova cultura, forjada com a construção de importantes dinastias, poderosas e vinculadas diretamente ao elemento religioso.
Os produção artesanal de tapetes é uma característica anterior a religião, enquanto a construção de grandes templos - Mesquitas - é posterior as conquistas justificadas pela fé.

TAPETES
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinasmais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e lsfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais dássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.

DENNES LOPES.
www.netzachtapetes.com.br

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

DENNES LOPES REVISTA GO'WHERE

Conversar com Dennes Lopes, especialista em tapetes orientais e dono da Netzach Tapetes Persas é mergulhar num mundo com tanta riqueza histórica e cultural, que ficaríamos horas a ouvi-lo. A empresa existe há 14 anos, mas Dennes Lopes praticamente iniciou sua caminhada de vida sobre tapetes, desde os 13 anos estuda e respira esse universo. Por conta de todo este caminho e dedicação, hoje carrega consigo a chancela de perito especialista e profissional de destaque no mercado tapeceiro. Suas peças, todas elas confeccionadas à mão por artesões, traduzem todo o seu encanto por esta arte. Irã, Paquistão, Afeganistão, Índia e Turquia são as origens destas valiosas obras de arte.
A Netzach não restringe sua atividade apenas à comercialização dos tapetes, desempenha também com excelência restauro e limpeza. Com uma vasta cartela de clientes a Netzach pode afirmar com propriedade que a relação com os admiradores de seus tapetes não termina na venda; a manutenção das peças garante um contato mais próximo com seus clientes, tratamento diferenciado e uma constante troca de aprendizado a cerca da arte oriental. Muitos se tornaram amigos e hoje confiam na consultoria de Dennes Lopes para novas aquisições.
Muito estudo e experiência permitiram a formação de uma equipe muito bem preparada. “ Tenho uma oficina bem estruturada com profissionais qualificados, onde fazemos limpeza e restauro exatamente com os mesmos procedimentos realizados nos países orientais”, explica Dennes Lopes. Um tapete não pode perder seus traços originais, que carregam o “DNA” de seus artesãos, por isso o material utilizado é trazido dos países de origem da peça, em cada caso é apurado o processo mais adequado.
“Tapete oriental é uma obra de arte, não pode-se correr risco com lavagem ou restauro inadequado. Um tapete que recebe a devida manutenção permanece por centenas de anos com as mesmas características de quando foi confeccionado. Mais do que ser proprietário da Nezach, sou apreciador desta arte milenar e luto para mantermos viva a cultura dos tapetes orientais em nossas próximas gerações. Tenho peças de 150 anos, que estão intactas. Para um verdadeiro amante destes tapetes o sentimento de admirar relíquias em bom estado de conservação se equipara ao de todo carioca quando após um longo tempo fora de casa desfruta de um passeio na orla de Copacabana, talvez este, seja o tapete mais conhecido do mundo.” Com estas palavras Dennes descreve sua fascinação.

DENNES LOPES

Tapete de pérolas



Um tapete cravejado de pérolas foi leiloado essa semana pela filial da Sotheby’s no Qatar e atingiu o valor de US$ 5,5 milhões. Segundo a casa de leilões, essa foi a primeira vez que o tapete foi colocado à venda, e a previsão de lance mínimo era de US$ 5 milhões. Esse valor coloca a peça na lista de um dos tapetes mais caros do mundo.

O tapete mede aproximadamente 1,7 metros por 2,5 metros, e está adornado com a impressionante cifra de 1 milhão de pérolas verdadeiras, coletadas no mar de Basra.

A peça teria sido produzida em 1865, sob encomenda do então Marajá indiano do Estado de Baroda, para servir de oferenda no túmulo do profeta Maomé em Medina.

As imagens abaixo mostram o aspecto geral do tapete e uma visão detalhada das pérolas.
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O MAIOR TAPETE DO MUNDO



Tapeceiros iranianos se orgulham de terem feito o que segundo eles é o maior tapete do mundo feito à mão.

Trata-se de um tapete de nove segmentos separados, cada qual com 2,2 bilhões de nós. Feitos um a um. São 38 toneladas de algodão e lã.

O tapete precisou ser dividido em nove segmentos porque seria inviável transportá-lo no seu tamanho final. Ele só será unido definitivamente no local onde permanecerá para sempre.

Esta coisa faraônica do tamanho de um campo de futebol (5.625 metros quadrados) foi feita para a mesquita de Abu Dhabi e está orçado em aproximadamente 5,8 milhões de dólares
DENNES LOPES.
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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A FABRICAÇÃO


Fabricação
O tear e as ferramentas
Há quatro tipos de teares: o tear horizontal, o tear vertical fixo, o tear vertical do tipo Tabriz e o tear vertical feixe do rolo.
•O tear horizontal é o mais primitivo dos quatro. Na atualidade só o utilizam os nômades. Consiste simplesmente de duas varas de madeira entre as quais se esticam os fios de lã no sentido longitudinal. Durante o trabalho, os fios do urdume se mantêm esticados graças a estacas atadas às extremidades de cada vara e cravadas no chão. Os tapetes tecidos em teares horizontais são geralmente pequenos. Este tear é facilmente transportado quando a tribo se desloca de um lugar para outro.
•O tear vertical fixo, empregado quase que exclusivamente nos centros de produção de menor importância, é também um modelo rústico. Trata-se de uma estrutura vertical cujos travessões suportam as extremidades de duas varas redondas e paralelas chamadas de "cilindro". Entre estes dois cilindros se fixam os fios da trama. A tecelagem começa sempre por baixo. Durante o trabalho, o artesão fica sentado em uma tábua que se apóia nas travessas dos andaimes fixados nos travessões verticais do tear. Conforme a tecelagem avança, a tábua que serve de assento deve elevar-se ao mesmo tempo em que o tapete. Este tipo de tear é usado para tapetes cujo comprimento não ultrapasse ao do tear, que é geralmente de três metros.
Ferramentas usadas na fabricação de tapetes. De coma para baixo: tesouras, facas, pente e agulha.
•O tear chamado de Tabriz representa um aperfeiçoamento do tear vertical. Foi inventado pelos artesãos desta cidade iraniana. É utilizado em todas as partes dos grandes centros de produção no Irã. Neste tipo de tear, os fios do urdume vão se enrolando do cilindro superior para a bobina inferior, sob a qual passam antes de voltar para o cilindro superior. Este sistema apresenta a vantagem de poder tecer peças de igual tamanho até duas vezes a altura do tear.
•O último tipo de tear, de feixe do rolo, representa a versão mais desenvolvida do tear vertical. Todo o fio do urdume necessário para a tecelagem do tapete está enrolado no cilindro superior, de maneira que na bobina inferior se enrola o tapete conforme vai se avançando o trabalho. Este tear permite confeccionar tapetes de qualquer comprimento.
As ferramentas utilizadas na confecção de um tapete são poucas e muito simples. A faca serve para cortar o fio depois que cada nó é amarrado; totalmente de metal, às vezes está dotada de um gancho que serve para separar as costas da urdidura ao amarrar um nó e então retirar o fio através das costas da urdidura (principalmente no Tabriz). O pente ou carda é feito de várias lâminas de metal cujos extremos se separam para formar os dentes. Depois que a conclusão de uma fileira dos nós é tecida e de passar uma costa da trama através das urdiduras, a costa de trama e a fileira dos nós são batidas com o pente. O pente é movido para cima e para baixo através das costas da urdidura, pressionando a costa de trama no alto dos nós que fixam os nós no lugar. As tesouras, planas e largas, são usadas para o corte depois que uma fileira foi tecida desigual em um espaço muito pequeno. E são usadas constantemente pelos artesãos.
As matérias-primas.
Mulheres nômades na tarefa de lavar a lã.Os materiais necessários para a confecção de um tapete persa são: a lã, a seda e o algodão. A lã e a seda são usadas principalmente para o veludo do tapete, e raramente na urdidura e trama, que normalmente são de algodão. A lã de ovelha é a mais usada, principalmente a de fibra larga (extraída do peito e das costas do animal). A lã de cordeiro é também muito apreciada. Chama-se kurk a lã de boa qualidade, e de tabachi a de qualidade inferior. As lãs mais requisitadas procedem de Khorasan ou das tribos luras e curdas.
O algodão é usado exclusivamente para a urdidura e a trama. Em certos tipos de tapetes, como os de Qom ou de Na'in, o veludo da lã é mesclado com um fio de seda. Nos tapetes mais valiosos o veludo é de seda. Em alguns tapetes antigos são utilizados fios de ouro, de prata ou de seda rodeados de um fio de metal precioso.
Atualmente, a urdidura e a trama são sempre de algodão (exceto para alguns tapetes nômades totalmente de lã), porque é mais sólido e resistente e permite uma melhor manutenção do tapete.
Os corantes.
A diversidade tão grande de cores dos tapetes persas é, em grande parte, responsável por seu prestígio.
A lã para ser tingida é colocada primeiro em um banho concentrado de alúmen (pedra-ume), que atua como mordente. Depois, ela é tingida com um corante e finalmente, é colocada para secar ao sol.
Antes do surgimento das tintas sintéticas (a anilina foi descoberta em 1856 e o surgimento dos corantes na Pérsia ocorreu no final do século XIX), os tintureiros utilizavam somente tintas naturais, provenientes de substâncias vegetais. Algumas das tintas empregadas eram:
•O vermelho obtido da raiz da rubia, que cresce silvestre em grande parte do Irã.
•As folhas do índigo davam um azul que podia ser muito escuro, quase negro.
•As folhas da videira proporcionavam os amarelos, também obtidos a partir do açafrão (cor mais delicada), cultivado em Khorasan.
•O verdeera obtido misturando o azul e o amarelo com o sulfato de cobre.
•As cores naturais da lã proporcionavam os cinzas e o marrom, que podem também serem obtidos da casca da noz.
•A lã natural de ovelha ou o pelo de camelo negro é utilizado para a cor preta, para o qual é usado também o óxido de ferro contido nas galhas que atacam os carvalhos.
Hoje em dia, a maioria dos tintureiros usam corantes sintéticos (exceto entre os nômades, que ainda usam as tintas naturais); muitos deles são corantes à base de crômio, que possui mais vantagens que a anilina e tem permitido diminuir os custos.
Em certos tapetes, e em alguns lugares ou no fundo, é possível que a tintura se altere. Esta mudança de cor chama-se abrash, e é a prova de que o tapete foi tingido com tintas vegetais.
A urdidura e a trama
Anverso e reverso de um tapete persa. Observa-se os fios brancos da trama entre os nós.
A urdidura é o conjunto de fios verticais tensionados entre os dois extremos do tear. As franjas do tapete são os extremos dos fios da urdidura.
A trama é constituída de um ou mais fios transversais (geralmente dois, um frouxo e outro tenso), dispostos entre duas fileiras de nós. A trama serve para apertar os nós em fileiras paralelas e garantir a solidez do tapete. A trama é apertada com um pente especial (ver imagem mais acima).
Os nós.
Turkbâf
Farsbâf
Há dois tipos de nós: o ghiordes ou turkbâf (também conhecido por "nó turco" ou "simétrico") e o nó senneh, ou farsbâf (também conhecido por "persa" ou "assimétrico"). O turkbâf é usado principalmente na Turquia e no Cáucaso. O farsbâf (fars significa "persa") é utilizado principalmente na Pérsia.
•No turkbâf, a fibra de lã se enrola ao redor dos fios da urdidura, de maneira que se forma uma espiral cujas extremidades voltam a aparecer entre os dois fios (ver esquema ao lado).
•No farsbâf, a fibra de lã forma uma única espiral ao redor de um dos dois fios da urdidura.
Alguns tecelões, querendo ganhar tempo (ainda que com a perda da qualidade do tapete), juntam as fibras de lã em dois fios da urdidura. Esses nós são chamados então de turkbâf jofti ou farsbâf jofti (também conhecidos por "nó duplo" ou "falso"). Assim, o tecelão dá apenas metade do número de nós, diminuindo a espessura da felpa e enfraquecendo a estrutura e o desenho do tapete.
O artesão começa sempre tecendo uma ourela debaixo do tapete. A ourela é uma borda apertada feita de muitos fios da trama que impede que o tapete se desfie ou que os nós se soltem. Quando se termina a ourela, pode-se começar o trabalho de atar. Cada fibra de lã se une a dois fios contíguos da urdidura. São estas fibras de lã que formarão o "veludo" do tapete. Quando se termina uma fileira, o tecelão passa um fio da trama, uma vez pela frente, outra por trás, de cada fio da urdidura. Depois de cada nó, o tecelão corta a fibra de lã a uns sete centímetros do nó e a vira para baixo; isto determina o "sentido" do tapete. De fato, uma das características dos tapetes persas é que parecem totalmente diferentes segundo o ângulo de visão e a incidência da luz.
A cada quatro ou seis fileiras, o artesão realiza um primeiro corte do veludo. Somente quando se termina de atar o tapete é que se iguala a superfície do veludo. Se o tapete é de boa qualidade, corta-se bem rente. Ao contrário, corta-se mais longo se a qualidade for menor.
É a qualidade da atadura que determina a qualidade e o preço de um tapete persa. Um tapete de qualidade média contém 2.500 nós por decímetro quadrado, um tapete de baixa qualidade somente 500 nós por decímetro quadrado. Um tapete de excelente qualidade pode conter até 10.000 nós por decímetro quadrado.
Os tamanhos
•Ghali (literalmente "tapete"): designa os tapetes de grandes dimensões, de mais de 190x280 centímetros.
Dozar ou Sedjadeh: empregados indiferentemente. O nome procede de do, "dois" e zar, uma medida persa correspondente a aproximadamente 105 centímetros. Estes tapetes medem uns 130-140 cm de comprimento por 200-210 cm de largura.
•Ghalitcheh: Tapete do mesmo tamanho que os precedentes, mas de melhor qualidade.
•Kelleghi ou Kelley: tapete de formato alongado que mede cerca de 150-200x300-600 cm. Este tapete localiza-se tradicionalmente na cabeça (kalleh significa "cabela" em persa) de um tapete (ghali).
•Kenareh: formato também alongado, porém de tamanho menor; 80-120 cm x 250-600 cm. Tradicionalmente é colocado ao lado (kenār significa "lado" em persa) de um tapete maior.
•Zaronim: corresponde a um zar e meio. Ou seja, estes tapetes medem uns 150 cm de largura.

A diferença entre o tapete turco e o persa

A diferença entre o tapete turco (ou da Anatólia) e o persa é apenas uma questão de técnica de tecelagem e da tradição no emprego dos motivos decorativos.

Tipicamente, um tradicional tapete persa é amarrado com um único nó assimétrico (nó persa ou senneh), enquanto que o tradicional tapete turco é amarrado com um nó duplo simétrico (nó turco ou ghiordes). Isto significa que para cada 'carreira vertical' de fio em um tapete, o turco tem duas voltas em oposição a uma volta dos vários tapetes persas que utilizam o nó 'único' persa. Finalmente, o processo de 'nó simétrico' usado no tapete tradicional turco dá a impressão de que a imagem é construída por módulos em comparação com o tapete persa tradicional de nó simples cujo desenho é muito mais delicado. O estilo tradicional turco reduz também o número de nós por metro quadrado. Estes fatores contribuem para criar a antiga e internacional reputação da qualidade dos tapetes persas.

Hoje, é comum ver tecelagens de tapetes, tanto na Turquia quanto no Irã, usarem qualquer um dos dois estilos de nó. Quando se comparam os tapetes, a única maneira de definitivamente identificar o tipo de nó usado é dobrar o tapete horizontalmente e olhar a base do nó.

Arquitetura de um tapete

Como se trata de uma obra de arquitetura, o tapete é confeccionado a partir de um plano (chamado 'cartão'), que mostra a composição, a disposição da decoração e a dos motivos. Um mestre (em persa: ostad), não obrigatoriamente um tecelão, mas sim, quase um pintor, desenha o cartão. O esquema de um tapete reproduz muitas vezes o de uma encadernação de manuscrito; ambas as artes estão intimamente ligadas já que seus desenhistas são muitas vezes os mesmos pintores.

Distinguem-se dois tipos: esquemas orientados e não orientados.

Partes de um tapete


As diferentes partes de um tapete persa.
As diferentes partes de um tapete têm os seguintes nomes:

•Bordas secundárias: podem ser internas ou externas (em relação à borda principal) e são mais ou menos numerosas e mais ou menos estreitas. Às vezes, as bordas externas são de uma só cor.

•Borda principal: completa a ornamentação do tapete e proporciona um equilíbrio ao conjunto.

•Campo: é constituído pela parte interna do tapete, delimitado pelas bordas.

•Cantos: os cantos são formados pelos ângulos do campo.

•Medalhão central: os medalhões são de formas variadas: circular, oval, em forma de estrela ou poligonal.

Esquemas orientados

Distribuem-se ao longo de um único eixo de simetria e impõem um sentido ao tapete, que só pode ser visto a partir de um único ponto. Os tapetes figurativos são concebidos muitas vezes desta maneira. Também é o caso dos tapetes de oração, que têm um campo adornado com um arco ou nicho chamado mihrab.

Esquemas não orientados

Estes tapetes podem ser vistos de qualquer posição já que seus desenhos não estão orientados. A decoração é feita de motivos contínuos, ou de motivos semelhantes repetidos até cobrir a totalidade do campo.

Esquema de motivo centrado

Este tipo de tapete também está desenhado para ser visto de qualquer posição, mas sua composição possui um elemento central dominante ao redor do qual se encontram os motivos secundários.

Ornamentação

Tapetes com motivos geométricos


Motivos de animais de inspiração geométrica: de izda. a dcha.: cão, galo, camelo.
Representam o gosto particular de um artesão ou as tradições de uma tribo.
Estes tapetes são ornamentados com elementos lineares (linhas verticais, horizontais e oblíquas). O desenho é muito simples e muitas vezes formado pela repetição de um mesmo motivo. Os desenhos geométricos são encontrados geralmente nos tapetes dos nômades, das pequenas cidades da Anatólia e do Cáucaso. Os motivos geométricos são transmitidos de geração em geração, e é fácil reconhecer a que tribo pertencem.

Tapetes com desenhos curvilíneos ou florais

São resultantes da evolução da arte islâmica, a que pertencem.

Os primeiros tapetes com desenhos florais foram criados na era dos Safávidas, e mais concretamente a partir do xá Tahmasp (1523-1576), para satisfazer os gostos dos Safávidas. A diferença entre os tapetes dos nômades e os florais deve-se ao papel do 'mestre' (ostad). Ele é quem desenha o cartão que será reproduzido pelos atadores. Os desenhos dos tapetes dos nômades são transmitidos pela tradição.

Motivos


Boteh, um dos motivos mais conhecidos empregados na Pérsia.
Os motivos do campo são um desenho repetido até ocupar toda a superfície do campo. Os mais conhecidos são os seguintes:

•o boteh: desenho em forma de amêndoa ou, para alguns, de cipreste. É o mais conhecido dos motivos empregados na Pérsia.

•o gol: palabra persa que significa 'flor'. É de forma octogonal.

•o hérati: motivo composto de uma rosácea central no interior de um losango. Os vértices do losango são completados com rosáceas menores.

•o joshagan: formado por uma sucessão de losangos ornamentados com flores estilizadas.

•o Kharshiang: caranguejo em persa. Motivo inventado no reinado do xá Abbas.

•o minah khani: motivo que evoca um campo de flores. É constituído de quatro flores dispostas de maneira a formar um losango e de uma flor menor no centro.

•o zil-e sultan: formado por dois vasos sobrepostos ornamentados com rosas e ramos floridos. Às vezes, há pássaros pousados nos vasos. Sua origem é relativamente recente (século XIX).

•Chah Abbasi: sob este nome agrupa-se toda uma série de desenhos inventados durante o reinado do xá Abbas. Trata-se de ornamentos a base de flores, inspiradas na flor-de-lis.

Os motivos da borda são os que adornam as laterais do tapete. Os mais conhecidos são os seguintes:

•o hérati da borda: são diferentes dos hérati de campo. São compostos de uma alternância de rosetas e de flores, e de ramos floridos.

•o boteh da borda: semelhante ao boteh de campo.

•o borda cúfico: leva este nome devido a sua semelhança com o estilo de escrita de mesmo nome. Sempre são de cor branca.

•o borda de folhas dentadas: formado por uma sucessão de folhas dentadas, dispostas em viés.

Os motivos de ornamentação são desenhos destinados a completar a ornamentação do campo e a borda. Encontramos os motivos seguintes:

•a estrela de oito pontas
•a rosácea
•a suástica
•a cruz grega
•o motivo chamado cão que corre.
As inscrições e as datas aparecem nas bordas de certos tapetes e são inscrições diversas: versículos do Alcorão, versos, dedicatórias, datas de fabricação, menção do lugar de produção, etc.

Símbolos e significado

O tapete sempre cumpriu no Oriente uma dupla função, prática e simbólica, cujo sentido na atualidade se perde às vezes. Constitui um espaço mágico onde as bordas representam os elementos terrestres erguidos na defesa do campo, habitado pela esfera do universo e do divino

Um dos ornamentos mais comuns é a árvore, árvore da vida, que representa a fertilidade, a continuidade, e serve de ligação entre o subsolo, a terra e o divino. Este motivo totalmente pré-islâmico é representado, muitas vezes, nos tapetes de oração persas.

As nuvens, que sob uma forma muito estilizada podem converter-se em trevos, simbolizam a comunicação com o divino e a proteção divina.

O medalhão central representa o sol, o divino, o sobrenatural. Em alguns tapetes, os cantos repetem os motivos do medalhão central; estes quatro elementos passam a ter então o significado de portas de aproximação e de proteção do centro divino.

O jardim, associado ao paraíso (a palavra deriva do persa antigo pairideieza que significa 'jardim', 'cercado', que originou pardis em persa) dá lugar a um tipo de composição que aparece a partir do século XVII na Pérsia que imita os jardins dos xás, divididos em partes retangulares ou quadradas por alamedas e canais de irrigação (chahar bagh).

Também podem ser encontrados tapetes de tema cinegético: a caça é uma atividade apreciada pelos xás, que requer destreza, força e conhecimento da natureza. Este tema também está associado ao paraíso e às atividades espirituais, uma vez que a caça se desenvolve muitas vezes em uma natureza que pode invocar os jardins do paraíso. O tapete de Mantes, datado da segunda metade do século XVI e conservado no museu do Louvre é um bom exemplo.

DENNES LOPES.

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O TAPETE E SUA HISTORIA




O tapete persa (em pahlavi bōb em persa farš فرش, significando "estender" e qāli) é uma parte essencial da arte e cultura persas. A tecelagem de tapetes é indubitavelmente uma das manifestações mais características da cultura e arte persas e remonta à antiga Pérsia.
O luxo, a que se associam os tapetes persas, forma um surpreendente contraste com sua modesta origem entre as tribos nômades da Pérsia. O tapete era um bem necessário para proteger-se do inverno rigoroso. Posteriormente, converteu-se em um meio de expressão artística pela liberdade que possibilita principalmente a escolha de cores vivas e dos motivos empregados. Os segredos da tecelagem têm passado de geração em geração. Os artesãos utilizavam os insetos, as plantas, as raízes, as cascas e outros ingredientes como fonte de inspiração.
A partir do século XVI, a tecelagem de tapetes se desenvolveu até converter-se em arte.
Os tapetes persas podem ser divididos em três grupos: Farsh / 'Qālii' (para medida superior a 1,80x1,20 metro), Qālicheh (para medida igual ou menor a 1,80x1,20 metro), e tapetes nômades conhecidos por Kilim, (incluindo o Zilu, significando tapete tôsco).
A arte de tecer tapetes existe no Irã desde os tempos antigos, de acordo com as evidências e, na opinião de cientistas. Um exemplo de tais evidências é o tapete Pazyryk de 2.500 anos produzido no período Aquemênida, por volta de 500 a.C..
As primeiras provas documentais sobre a existência de tapetes persas vieram através de textos chineses que remontam ao período Sassânida (224 - 641).
Esta arte sofreu várias mudanças em diferentes períodos da história iraniana na medida em que ela passou pela era islâmica indo até a invasão mongol do Irã. Após a invasão, a arte começou a crescer novamente durante o reinado das dinastias mongóis dos Timúridas e dos Ilkhanidas.
Com o passar dos anos, os materiais utilizados na confecção dos tapetes, como a lã, a seda e o algodão, se decompõem. Devido a isso, os arqueólogos raramente conseguem descobrir algum vestígio útil deles nas escavações arqueológicas. O que permaneceu dos tempos antigos como evidência da tecelagem de tapetes não vai além de alguns pedaços desgastados. Esses fragmentos não ajudam muito no reconhecimento das características de tecelagem de tapetes anteriores ao período seljúcida (séculos XIII e XIV) na Pérsia.

Período pré-islâmico

Em uma única escavação arqueológica, em 1949, o excepcional tapete Pazyryk foi descoberto entre o gelo do vale Pazyryk, nas Montanhas Altai, na Sibéria. O tapete foi encontrado no túmulo de um príncipe cita. Testes com carbono-14 indicaram que o tapete Pazyryk foi tecido no século V a.C. Este tapete tem 2,83 por 2,00 metros e tem 36 nós simétricos por cm². A avançada técnica de tecelagem usada no tapete Pazyryk indica uma longa história de evolução e de experiências nesta arte. O tapete Pazyryk é considerado como o mais antigo tapete do mundo. Sua área central é de cor vermelho escuro e tem duas grandes bordas, uma representando um veado e a outra um cavaleiro persa.
No entanto, acredita-se que o tapete de Pazyryk provavelmente não seja um produto nômade, mas sim um produto de um centro de produção de tapetes aquemênidas.
Registros históricos mostram que a corte aquêmida de Ciro, o Grande em Pasárgada era decorada com magníficos tapetes. Isto foi há mais de 2500 anos atrás. É dito que Alexandre II da Macedônia ficou deslumbrado com os tapetes que viu na área do túmulo de Ciro, o Grande em Pasárgada.
Até o século VI, os tapetes persas de lã ou de seda eram muito apreciados pelos nobres da corte em toda a região. O tapete Bahârestân (em persa: فرش بهارستان, significando o tapete da primavera) foi encomendado pelo xá sassânida Khosrow Anūšakrūwān para a sala principal de audiências do Palácio Imperial da dinastia sassânida em Ctesifonte, na província de Khvârvarân (atual Iraque). Media 140 metros (450 pés) de comprimento por 27 metros (90 pés) de largura, e seus desenhos representavam um jardim. Em 637, quando a capital iraniana Tyspawn foi ocupada, o tapete Baharestan foi levado pelos árabes, cortado em pedaços menores, e dividido entre os soldados vencedores como espólio.
Segundo os historiadores, o famoso trono Tāqdis era também coberto com 30 tapetes Baharestan especiais representando os 30 dias do mês e quatro outros tapetes representando as quatro estações do ano.
No século VIII a província do Azerbaijão esteve entre os maiores centros de tecelagem de tapetes e carpetes (zilu) do Irã. A província de Mazandaran, além de pagar impostos, enviou todos os anos 600 tapetes para as cortes dos califas em Bagdá. Naquele tempo, os principais itens exportados dessa região eram tapetes e carpetes para serem usados durante as orações. Além disso, os tapetes de Khorassan, Sistan e Bucara, devido à seus desenhos e motivos tinham grande aceitação entre os compradores.
Durante os governos das dinastias seljúcida e ilkhanato, a tecelagem de tapetes era ainda um negócio florescente tanto que o chão de uma mesquita construída por Ghazan Khan, em Tabriz, região noroeste do Irã, era coberto com magníficos tapetes persas. Ovelhas eram criadas especialmente para a produção da fina lã usada para tecer os tapetes. Os desenhos dos tapetes ilustrados nas iluminuras pertencentes à era Timúrida dão prova do desenvolvimento desta indústria, nesse momento. Existe também outra pintura em iluminura daquele tempo, que retrata o processo de tecer tapetes.
Durante esse período foram criados os centros de tingimento próximos às áreas de tecelagem. A indústria começou a prosperar até o Irã ser atacado pelos exércitos mongóis.
O tapete persa mais antigo deste período, que chegou até os nossos dias, é um exemplar da era Safávida (1501-1736), tapete este conhecido como Ardabil, atualmente no Museu Vitória e Alberto, em Londres. Este tapete muito famoso tem sido objeto de intermináveis cópias variando de tamanho desde os bem pequenos indo até os de escalas maiores. Existe um 'Ardabil' na 10 Downing Street, Londres e até mesmo Adolf Hitler possuía um 'Ardabil' em seu escritório em Berlim.
Os tapetes tecidos em 1539-40 trazem a data da confecção. A base é de seda e a composição da superfície de lã com uma densidade de nós de 300-350 nós por polegada quadrada (470-540.000 nós por metro quadrado). O tamanho dos tapetes é de 10,5 x 5,3 metros.
Existe muita variedade entre os tapetes persas clássicos dos séculos XVI e XVII. Há numerosas sub-regiões que contribuem para as concepções distintas dos tapetes persas deste período, tais como Tabriz e Kerman. Os motivos mais comuns incluem os ramos de videira, arabescos, folhas de palmeiras, conjunto de nuvens, medalhões, e a sobreposição de padrões geométricos em vez de figuras humanas ou de animais. Desenhos de figuras são particularmente populares no mercado iraniano e não são tão comuns em tapetes exportados para o Ocidente.

Chegada na Europa

Segundo Kurt Erdmann, os tapetes do Oriente não chegaram na Europa antes do século XIII. De fato, nas pinturas de Giotto di Bondone (1266-1337) aparecem tapetes presumivelmente de origem persa; provavelmente foi o primeiro a representá-los, seguido de Jan van Eyck (c. 1390 - 1441), Andrea Mantegna (1435-1506), Anthony van Dyck (1599-1641) e Peter Paul Rubens (1577-1640). Os tapetes adquiridos pelos europeus eram muito valiosos para serem estendidos no chão, tal como era costume no Oriente. Os termos usados nos inventários venezianos mostram que os tapetes eram colocados sobre as mesas (tapedi da desco, tapedi da tavola) ou cobrindo arcas que serviam de assento (tapedi da cassa). As pinturas européias confirmam estes usos.
As duas guerras mundiais representam um período de declínio para os tapetes persas. A produção volta a crescer depois de 1948, e surgem luxuosíssimos tapetes graças ao incentivo dado pela dinastia Pahlavi. Em 1949, o governo iraniano organiza uma conferência em Teerã para solucionar os problemas da queda da qualidade dos tapetes, constatados desde os últimos sessenta anos (uso de anilina e de corantes ao crômio, queda da qualidade dos desenhos, uso do nó jofti). Como resultado desta conferência, o governo tomou uma série de medidas que levaram a uma renovação do tapete persa.
Devido a revolução islâmica a produção de tapetes persas diminuiu extraordinariamente uma vez que o novo regime considerava os tapetes como um "tesouro nacional" e proibiu a sua exportação para o Ocidente. Esta política foi abandonada em 1984, devido à importância dos tapetes como fonte de receitas. As exportações conheceram um novo avanço no final da década de 1980 e com o término da guerra Irã-Iraque. Entre março e agosto de 1986, triplicaram seu valor (de 35 milhões de EUA dólares para 110 milhões) e dobraram seu volume (de 1154 toneladas para 2845), o que contribuiu para uma queda mundial no preço dos tapetes.
Atualmente, as técnicas tradicionais de tecelagem estão bem vivas, apesar da maior parte da produção de tapetes ter-se mecanizado. Os tapetes tradicionais tecidos à mão são comprados no mundo todo e geralmente são muito mais caros que os confeccionados à máquina por serem um produto artístico. No Museu do Tapete do Irã, em Teerã, podem ser vistas muitas peças selecionadas de tapetes persas.
Nos últimos anos, os tapetes iranianos vêm sofrendo forte concorrência de outros países que produzem falsificações dos desenhos originais iranianos. A ausência de registros de marcas e patentes dos produtos originais é a causa dos maiores problemas com esta arte tradicional, bem como a redução da qualidade das matérias-primas no mercado local e a conseqüente perda dos padrões originais. A ausência da moderna Pesquisa e Desenvolvimento, está a causar o rápido declínio no tamanho e no valor de mercado desta arte.

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TAPETE KIRMAN


O tapete de Kerman.

A reputação dos tapetes de Kerman deve-se em parte à destreza dos desenhistas de modelos (ostad), muito hábeis, que souberam guardar o sentido da tradição. Em alguns momentos, os motivos revelam uma influência ocidental. De fato, no início do século XX, os ricos importadores de tapetes financiaram oficinas nas quais os mestres adaptaram seus modelos ao gosto ocidental.
Distinguem-se quatro qualidades de tapetes de Kerman: 70, 80, 90, 100. Estas cifras correspondem à quantidade de fios em um ghireh (= 7 cm). Assim, os tapetes de qualidade 70 contêm 2.500 nós/dm².
Descrição
O tapete Kerman sempre é de flores, e a maioria das vezes possui um medalhão que destaca-se sobre um fundo liso. Os motivos do medalhão repetem-se na borda e nos quatro cantos. Às vezes, a ornamentação do campo revela a influência das iluminuras nos tapetes com motivos vegetais e animais, raramente há cenas de caça. O boteh (motivo em forma de amêndoa) é usado com freqüência. A borda, clássica, compõem-se de uma franja central e duas franjas secundárias.

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Pazyryk


Pazyryk, o mais antigo tapete tecido manualmente que se conhece, tem cerca de 2.500 anos. Acervo do museu Hermitage – São Petersburgo

Não se sabe quando e onde teve início a arte da tapeçaria. Sabe-se que a confecção de tapetes já existia no Egito dos Faraós e provavelmente era conhecida pelos chineses antigos. Referências encontradas na Bíblia em Êxodo, 35:35, e em Provérbios (‘Adornei meu leito com cobertas de tapeçarias’), e mesmo na Ilíada de Homero, mostram que a tecelagem já era uma atividade da vida cotidiana nos remotos anos 3.000 - 2.000 a.C. Outra evidência surgiu na tumba egípcia de Mehenwetre, administrador da casa real, falecido em cerca de 2.000 a.C.: um afresco nas paredes de sua câmara funerária representa, entre muitas cenas da vida egípcia, mulheres tecendo linho.
O tapete de nós manuais mais antigo que se conhece, foi descoberto numa expedição arqueológica nas montanhas Altai, ao Sul da Sibéria Ocidental. Na escavação de um cômoro (outeiro) de sepultamento real, descobriram um tapete preservado milagrosamente, cuja origem remonta a cerca de 500 a.C. O Tapete Pazyryk, como é chamado, é uma peça soberbamente delineada e com nós manuais, idêntica a qualquer outra já produzida naquela região. O fato de a peça ter sido produzida com tanta beleza, já naquela época, sugere um longo histórico de confecção de tapetes nas montanhas Altai, entre o Sudoeste da Mongólia e Noroeste na China.
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

IRÃ







Durante o período Islâmico, a arquitetura no Irã obteve enormes progressos, especialmente com relação aos edifícios religiosos. As técnicas usadas pelos Sassanidas foram adotadas pelo Islamismo e mesquitas com uma cúpula central e dois minaretes tornaram-se, aos poucos, uma regra. Estas formas, que tornaram-se uma característica das mesquitas iranianas, constituem um visual distintivo às cidades e vilarejos do Irã. Diversas grandes mesquitas do período Seljuq ainda permanecem existentes; dentre elas destaca-se a "Mesquita de Sexta-Feira" (Masjid-i-Jamé), localizada na cidade de Isfahan, e que nos dá uma idéia do grau de perfeição alcançado pela arquitetura desta época. O uso da ornamentação com tijolos também foi difundido de forma especial.

Nos períodos dos Timuridas e Safavidas, cúpulas e minaretes tornaram-se cada vez mais afilados e o uso de azulejos esmaltados, que era típico entre todas as modernas construções religiosas Persas, passou a ser de uso geral.

Obras-primas como a Mesquita do Sheikh Lotfollâh em Isfahan, assim como as mesquitas e mausoléus de Samarkand, correspondem a maravilhosas ilustrações de como esta arquitetura utilizava azulejos esmaltados cobertos por arabescos, estilos florais e versos do Alcorão para decorarem seus edifícios. Isfahan, em particular, a capital dos Safavidas, com suas numerosas mesquitas, palácios, pontes e caravanas, representa uma jóia da arquitetura iraniana deste notável período.

A influência da arquitetura iraniana nesta época foi especialmente forte na Índia, em seus famosos monumentos como, por exemplo, o Taj Mahal, que contém diversos elementos retirados desta tradição arquitetônica.
Caligrafia
Ao lado da arquitetura, a caligrafia é a principal arte religiosa nos países Islâmicos. O fato de se copiar versos do Sagrado Alcorão já corresponde a um ato de devoção e, com os séculos, artistas muçulmanos inventaram diversos tipos de escrita árabe, em escrituras que variavam da mais severa reprodução dos caracteres à mais branda.
No Irã, um grande número de estilos caligráficos foram criados e esta arte alcançou um grau de refinamento de tal ordem que tem sido considerada sempre como a principal forma de arte.
Até hoje uma bela escrita é característica de um homem culto e os iranianos mostram grande respeito pela caligrafia. Esta atitude é aparente a muito tempo atrás, desde a época dos Abbasidas e Seljuques, quando os manuscritos começaram a ser produzidos e que tornaram-se notáveis tanto na caligrafia quanto nas ilustrações. Entre tais manuscritos não são encontrados somente cópias do Alcorão, mas também trabalhos científicos e históricos.
Ilustrações
Uma das formas iranianas de arte mais conhecidas é a ilustração. No Irã, a escultura não se desenvolveu após a chegada do Islã, porém, a arte da ilustração em livros conduziu a uma criação gradual da arte pictórica intimamente ligada ao desenvolvimento da literatura. O primeiro trabalho ilustrado de grande valor foi a Coleção de Crônicas por Rashid al-Din que data do século 13. Após a invasão Mongol, a influência da China tornou-se cada vez mais aparente e trouxe à pintura Persa o refinamento e delicadeza, atingindo seu ápice na época dos Timuridas e Safavidas. O livro que inspirou a maioria das ilustrações foi o poema épico de Firdousi. O mais belo e famoso livro ilustrado foi o Shah-Nameh na versão de Demmote. O mais conhecido ilustrador iraniano chama-se Behzad que viveu no século 15 e cuja influência foi sentida no período Safavida. Os Safavidas tiveram um interesse especial nesta forma artística que passou a ser praticada extensivamente, influenciando, ao mesmo tempo, a pintura indiana contemporânea.
Foi na época de Shah Abbas que outro grande ilustrador, Reza Abbassi, viveu e pintou. Seu estilo serviu para inspirar pintores dos séculos 17 e 18. Após o final do período Safavida, a arte da ilustração entrou rapidamente em declínio. No período dos Qajares uma nova escola de pintura formou-se e possuía determinados aspectos de sua arte baseados em técnicas de pinturas européias, especialmente com relação à perspectiva e certo naturalismo.
Tapetes
No século passado, a moda dos tapetes iranianos espalhou-se por todo o mundo, de tal modo que pouquíssimas residências na Europa não o possuíam. A origem dos tapetes iranianos pertencem a tempos remotos. Pastores nômades costumavam espalhar pequenos tapetes em suas tendas e, até hoje, os iranianos preferem Ter o chão de suas casas cobertos por tapetes. Existem provas de que os tapetes iranianos existiam antes da época islâmica.
No período islâmico, tribos turcas iniciaram suas imigrações para a Anatólia. Suas jornadas os levaram através do Irã onde algumas destas tribos decidiram permanecer nas regiões ao norte do país. Os Turcos já possuíam tapetes tecidos a muito tempo, utilizando um tipo especial de laço. Da idade média em diante, os iranianos combinaram o nó turco com o seus próprios nós persas que diversificou vastamente as diferentes maneiras de se tecer um tapete.
Os monarcas Safavidas foram os primeiros a patrocinar a manufatura de tapetes. Assim como a arte têxtil e tantas outras, a arte da tapeçaria atingiu seu maior grau de perfeição nos séculos 16 e 17. A maioria dos tapetes presentes em museus do mundo inteiro datam deste período. Após a queda dos Safavidas, esta arte entrou em declínio e só foi receber novo ímpeto no período dos Qajares. Foi daí em diante que o mercado europeu abriu suas portas aos tapetes iranianos que eram, geralmente, importados de Istambul. Devido às demandas deste mercado, as rendas e as cores apresentaram certas mudanças. Hoje porém, assim como no passado, um tapete iraniano de boa qualidade, que não é manufaturado objetivando o lucro, expressa o prazer e a criatividade do artesão.
A fama universal do tapete iraniano deve-se basicamente à delicadeza do nó, à novidade nos estilos e na durabilidade e coordenação das cores utilizadas.
Diferentes regiões no Irã possuem diferentes características naturais que diferem entre si na forma na qual é aplicada da renda, tanto que o estilo do tapete é suficiente para se determinar a qual região ele pertence.
Artesanato
Em adição à manufatura de tapetes, que tem sido apreciado, certamente, por seu verdadeiro valor, os artesãos iranianos também têm mostrado seus talentos em outros campos menos conhecidos.
Em um extenso país como o Irã, onde existe uma variedade de climas, de tradições que se conhecem e se interagem entre si e onde os diversos contatos entre iranianos e povos de países vizinhos contribuíram para a formação de sua rica cultura, torna-se óbvio que, durante séculos, artesanatos altamente diversificados e elaborados foram desenvolvidos.
Os principais exemplos das habilidades dos artesãos iranianos estão presentes no *Khatam, na esmaltagem, no metal e suas combinações, objetos de couro, madeira e trabalhos de gravações, cerâmica, bordados e tricô.
Khatam corresponde a uma técnica onde o artesão combina tiras de madeira em diferentes cores, marfim, osso e metal para produzir uma variedade de formas geométricas.

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RUSSIA




Rússia
Algumas áreas da Rússia possuem tradições antigas da tecelagem, contudo as mais importantes são as planícies da Ásia Central, onde tribos nômades turcomanas viveram por mais de mil anos, e as montanhas do Cáucaso, região inacessível que faz fronteira com a Turquia e o Irã. Os russos exerceram influência nessas áreas durante séculos. Mas o controle do governo iniciado pelos tzares não se consolidou até que os comunistas assumissem.
Durante o estabelecimento das repúblicas soviéticas locais, a população nômade foi sendo assentada gradualmente nas aldeias e cooperativas padronizando a tecelagem dos tapetes. As fábricas do governo no Cáucaso e nas Repúblicas Transcaucasianas têm produzido grande número de tapetes para consumo interno e exportação.
Antes de o Cáucaso pertencer à Rússia fazia parte do império persa. Mesmo naquela época, os tecelões isolados nas aldeias nas montanhas cultivavam as tradições mais antigas, usando cores vivas e fortes, padrões geométricos, figuras animadas e humanas, adotando, enfim, os desenhos curvilíneos e imagens dos jardins persas. Desenhos semelhantes são feitos hoje em dia pelas fábricas localizadas na Geórgia, Armênia, Azerbaijão e Cazaquistão.
Os tapetes modernos caucasianos são tecidos com o nó turco. Seus desenhos são baseados num limitado número dos existentes nos antigos tapetes nômades. Alguns dos tradicionais distritos de tecelagem (como Kazak, Shirvan, Kubas, Baku, Karabagh,Daghestan, Derbend, etc), vilas e cidades(como Erivan, Chichi, Fachralo, etc) não existem mais com esses nomes, ou não são mais associados aos tapetes vendido com esses nomes. Um Shirvan contemporâneo, por exemplo, tanto pode ter sido tecido na área de Shirvan , pertencente hoje ao Azerbaijão, ou algum centro de tecelagem do Cáucaso.
Outra modificação importante é a substituição do algodão na sustentação vertical e horizontal. Nos tapetes caucasianos antigos, as bases eram feitas quase sempre de lã. Apesar destas modificações, as versões dos tapetes caucasianos modernos são geralmente muito bem feitas, com amarração regular de lã de ótima qualidade.
Os caucasianos nunca tiveram grande diversidade de tamanhos. Quase todos estão abaixo dos 6,00 metros quadrados.
Os desenhos tradicionais são reproduzidos hoje nas fábricas e oficinas das repúblicas asiáticas do Turcomenistão e Uzbequistão. E o os mais populares são os desenhos clássicos turcomanos, conhecido como Bokhara.
Em termos de qualidade, os melhores tapetes caucasianos são o Shirvan Kazak e Derbend, nessa ordem.
Os tapetes provenientes do Cáucaso e do Turcomenistão produzem os mais antigos desenhos regionais e são de excelente qualidade. A maioria das peças é destinada para o mercado domestico ou para importadores europeus, sendo que os principais importadores mundiais de tapetes orientais, que são os EUA, recebem poucas quantidades dos tapetes russos. Primeiro, porque pagam a mais alta taxa praticada naquele país para tapetes orientais. Depois por causa do próprio preço, já bastante superior aos demais concorrentes.
Os preços acima da média dos tapetes caucasianos se verificam até hoje. É curioso, uma vez que, com a queda do comunismo, que gerou recessão e outros problemas econômicos para os países até então ligados a União Soviética, os países produtores de tapetes, como Romênia e a China comunista, reduziram bastante seus preços. Na Rússia isso não aconteceu, em função talvez da sua pequena produção e exportação.
Caso esteja interessado em comprar alguns dos tapetes russos, poderá verificar que são comparativamente mais caros, mais valem a pena, na medida em que são muito bem tecidos , bonitos e tem bastante liquidez.


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TURQUIA


Turquia
hoje, após décadas de declínio, este país tornou se um grande produtor e exportador de tapetes, devido principalmente ao esforço e incentivo do governo à indústria caseira.
Escolas de tecelagem administradas pelo estado foram criadas como um esforço para reduzir a pobreza rural e criar uma fonte mais segura de intercâmbio com o exterior. A indústria de tapetes ficou mais forte e uniforme. O maior indício da eficácia desse esforço foi a criação, nos anos 70, dos tapetes Dobag, fabricados num grande número de vilas sob severa supervisão do governo, para atender a todas as exigências do mercado.
Historicamente os métodos turcos de fabricação são semelhantes aos do Irã. Padrões tradicionais menos sofisticados são usados por nômades, enquanto que os estilos mais formais são produzidos em oficinas ou fábricas.
Porém ao contrario do Irã, grande parte dos tapetes da Turquia é produzida pela enorme população rural, em regime de meio expediente. Esses tapetes tendem a ser um tanto pequenos porque são tecidos por mulheres e jovens em suas casas ou em pequenas oficinas, onde existem vários teares primitivos.
Mas, uma vez que são feitos por encomenda os tecelões são pagos por numero de nós dados, os compradores tem condições de exercer controle sobre cor e desenho. Esse é um fator muito importante, por exemplo, para os EUA, porque as cores tradicionais como o vermelho vivo e o azul não são muito populares nesse país.
A boa vontade dos empresários turcos em produzir tons mais suaves contribuiu para restabelecer a popularidade dos tapetes turcos na América. As cores pastéis são também muitíssimo apreciados no Brasil,principalmente nos killims.
A indústria da tecelagem turca também mostrou interesse na sequência de desenhos tradicionais.
Atualmente modernos modelos de padrões turcos, iranianos e caucasianos estão disponíveis no mercado internacional, sendo que a maioria dos estilos turcos é designada pela cidade ou região em que foram fabricados pela primeira vez.
Você poderá verificar que mesmo os desenhos turcos mais sofisticados, em especial os mais antigos, raramente têm desenhos de homens ou animais. Ao contrário dos iranianos, os sunitas mulçumanos da Turquia ainda seguem as leis do Alcorão contra a reprodução dessas figuras. A influência das crenças religiosas se observa nos tapetes de oração ainda produzidos na Turquia. Outra tradição religiosa que proíbe o uso da cor verde, não tem sendo muito respeitada nos tapetes modernos.
Os tapetes turcos são geralmente tecidos em bases de algodão ou de lã, que normalmente e de boa qualidade. Os fios são tingidos com corantes naturais ou de cromo alemão em uma ampla seleção de matrizes que não desbotam.
O nó turco é o mais utilizado, muitas vezes com ajuda de uma espécie de agulha de metal.
A seda eo algodão mercerizado (confundido com seda) também são usados tanto na superfície quanto na trama. Os tapetes de seda fabricados em Hereke estão entre os mais delicados e finos do mundo e algumas dessas peças contêm fios de ouro ou de prata. Existe ainda uma grande quantidade de tapetes de tecedura plana ,ou killims fabricado na Turquia.
Os produtores turcos aumentam a exportação a cada ano que passa. Hoje, suas peças são mais vendido na Europa, principalmente na Alemanha.
Os tapetes novos,que alcançam o mercado americano e agora o Brasil têm o seu preço comparativamente elevado. Em parte, isso se justifica pelo fato de que a boa qualidade dos tapetes turcos mostra sinais de garantir o valor do investimento. Os melhores são os Dobag e os tribais, assim como os Hereke, especialmente os de seda.
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PAQUISTÃO


O Paquistão compartilha da tradição de tecelagem da Índia, uma vez que essas áreas se uniram durante a dinastia Mogul e mais tarde estiveram juntas sob o império britânico. Quando a índia e o Paquistão foram separados após a segunda guerra, suas indústria de tecelagem tomaram caminhos distintos.
No Paquistão, a indústria em declínio foi revigorada com maciço apoio governamental, que envolvia subsídios e a introdução de métodos modernos de organização. Os tecelões mulçumanos que imigraram da Índia juntaram-se aos turcomanos, vindo do norte, nos grandes centros de tecelagem, localizados nas cercanias de Lahore e Karachi.
Por volta do início dos anos 60, a indústria de tapetes paquistaneses estava no auge e desde então constitui um dos principais itens de exportação daquele país.
Atualmente, essa indústria está organizada em dois métodos de produção. Muitos tecelões são donos de seus próprios teares e contactam diretamente empresários e exportadores , que por sua vez lhe fornecem desenhos, matérias,e chegam até subsidiar a produção.
Os tapetes também são produzidos em grandes fábricas. O governo estabeleceu programas de treinamento para instrutores de tecelagem, fazendo com que milhares de tecelões capacitados sejam continuamente agregados a legião de trabalhadores.
De início, a indústria revitalizada se concentrou na produção do tradicional desenho Bokhara (conhecido como pata de elefante).Essa escolha foi feita não somente pela relatividade simplicidadedo modelo, mas também devido à produção em declínio dos bokharas originais da Rússia.
Mais tarde, os desenhos caucasianos foram adotados e atualmente os tapetes persas também estão sendo copiados.
Os tapetes Paquistaneses são sempre tecidos com nós persas sobre sustentação vertical de algodão.
As qualidades inferiores, com uma só sustentação horizontal, as outras, com duas. Em todos os casos, o material de sustentação horizontal é muito bom e isso permite que as fileiras sejam arranjadas de maneira bem apertada.
A superfície e feita com lã. Como a lã nativa é muito macia, costumam mistura La com a Neozelandesa ou Belouch, ambas de exelente qualidade.
Os tapetes paquistaneses são bem aceitos no mercado mundial, onde são encontrados desde os modelos mais comerciais até os denominados 16/18 de qualidade superior. Os de qualidade superior valem como um bom investimento, se adquiridos por preço justo.

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TAPETES ISFAHAN


O TAPETE DE ISFAHAN


A iraniana cidade de Isfahan (ou também Eşfahān) por muito tempo tem sido um dos centros produtores do famoso tapete persa.
A tecelagem em Isfahan floresceu na era Safávida. Mas quando os afegãos invadiram o Irã, encerrando a dinastia dos Safávidas, essa habilidade também ficou estagnada.
Somente a partir da década de 1920, entre as duas guerras mundiais, foi que a tecelagem voltou a se tornar a principal atividade dos moradores de Isfahan. Eles começaram a tecer os modelos Safávida e novamente se tornaram um dos principais centros produtores desse tipo de tapete persa. Os tapetes Isfahani são hoje um dos mais apreciados pelo mercado mundial, tendo muitos clientes no mundo ocidental.

Descrição
Sempre são tapetes com flores, geralmente adornados com um medalhão central. Às vezes, os quatro cantos repetem os motivos do medalhão central. Há também tapetes temáticos, adornados com cenas de animais em uma decoração de flores. Outra decoração típica é a do "jarro de flores". Em um dos lados do campo se encontra um jarro com muitos ramos floridos que enchem todo o campo. A borda se compõem de uma larga faixa central rodeada de duas faixas estreitas adornadas com rosetas e guirlandas, flanqueadas, por sua vez, por duas faixas mais estreitas. As cores são muito variadas, com alternância entre cores claras e escuras.
A cidade de Isfahan (Eşfahan) é atualmente um Patrimônio Mundial e produz tapetes feitos com fios de seda ou algodão. As cores mais fortes deram lugar a cores em tons pastéis, mais aceitos no Ocidente, sendo a perfeição técnica mais importante que os desenhos artísticos.

Os desenhos tradicionais ainda são produzidos como vasos, a Árvore da Vida e paisagens, mas a composição mais popular está baseada no medalhão central (derivada da famosa mesquita de Shah Lutf Allah em Esfahan) colocado sobre um elegante campo decorado com ramos de videira, folhas de palmeiras e motivos florais.
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

TAPETE TABRIZ


Tabriz é uma das maiores cidades do Irã, e a capital da província do Azerbaijão Oriental. A maioria de sua população é azeris.
Trata-se de um dos mais antigos centros de tecelagem de tapetes, produzindo uma enorme variedade de tipos. A classificação de qualidade, no Bazar de Tabriz, começa em 24 raj (ou cerca de 75 nós por polegada quadrada) e vai até o tipo incrivelmente fino, de 110 raj.
O tapete de Tabriz tem uma das maiores diversidades de padrões de desenhos, desde medalhões, Herati/Mahi, até figurativos e pictóricos, e até mesmo tapedes em 3-D.
Os tapetes dessa região têm também uma outra particularidade. Nas oficinas de Tabriz foram fabricados os primeiros tapetes para exportação. Após terem enviado tapetes antigos para o estrangeiro, os comerciantes começaram a produzi-los, eles mesmos, em oficinas artesanais, a partir das cores e medidas solicitadas pelos comerciantes europeus. É talvez uma das razões pelas quais esses tapetes não se distinguem por uma cor em particular.
Descrição
Ornamentos de flores, muitas vezes com medalhão central. Os motivos abrangem árvores floridas, arbustos e folhas de tamanho grande.
Há também exemplares com animais. A borda é de três faixas, ornamentadas com os motivos do campo.

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TAPETE BIDJAR


O tapete de Bidjar.
Sua característica principal é a trama: geralmente é formada por cinco fios, quatro de lã bastante frouxa e um central de algodão, que é tenso. O tecelão deve usar um pente especial para apertar os nós, o que dá um aspecto pesado ao tapete
Descrição
O tapete Bijar geralmente tem ornamentação de flores, de desenho muito esquemático que mostra uma inspiração primitiva. A ornamentação consta geralmente de um medalhão central sobre fundo decorado de flores ou de um motivo "hérati" muito compacto. Outras peças são compostas de um medalhão central sobre fundo liso com quatro cantoneiras com decorações florais. A borda é clássica: uma banda central rodeada de duas bandas secundárias, utizando-se geralmente o motivo "hérati" assim como flores estilizadas.
A beleza das cores é uma das características destes tapetes; tonalidades escuras para os campos (azul escuro, vermelho amaranto, verde) e cores vivas para os motivos (turquesa e outros). Este tapete é pouco encontrado porque os exemplares que datam de antes dos anos 1960 são raros.

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TAPETES NAIN


O tapete de Nain.


O Tapete de Nain é um tipo de tapete persa. Ele é confeccionado utilizando o nó senneh, ou farsbâf (também conhecido por “persa” ou “assimétrico”) e pode ter entre 120 e 280 nós por centímetro. Os fios são geralmente de lã de alta qualidade, cortados curtos e a seda é mais usada para destacar os detalhes dos desenhos. Algumas peças são feitas inteiramente de seda. Os tapetes de Nain são normalmente tecidos nas áreas próximas a cidade de Nain, não necessariamente na cidade, propriamente. O tapete de Nain utiliza o padrão 'Xá Abbas' e faz uso de motivos floridos.
Nain é uma pequena cidade na região central do Irã, muito próxima da famosa cidade de Isfahan. Antes do início do século XX, ela era bem conhecida pela produção artesanal de tecidos de lã de alta qualidade. No entanto, devido ao declínio desses negócios, a cidade encomendou aos tecelões de Isfahan que criassem um tipo de tapete, cuja ligação é ainda evidente ao olhar-se para um tapete Nain de hoje, mas eles exibem um estilo próprio, usando muitas vezes realces de azul com creme ou fundo em marfim. Dependendo da espessura, o urdume e a trama serão de seda ou de algodão. Geralmente é empregado o algodão, com diferentes espessuras de fio chamados de "la", com o menor número significando melhor qualidade.
Atualmente em Nain são produzidos tapetes de qualidade 4 ou 6 "la". Outros com 9 La e 12 La são produzidos na região de Khorasan, isto é, em Kashmar e Mashhad.

Descrição
A ornamentação dos tapetes de Nain se parece muito a dos tapetes de Isfahan. O campo está decorado com laços carregados de ramos floridos, mas o medalhão central é menos denso. Muitos tapetes apresentam motivos vegetais e animais. A borda é composta de uma faixa central e duas faixas secundárias, que podem, por sua vez, estarem enquadradas por duas faixas estreitas.
As cores são características: bege, marfim e branco, usadas sobre um fundo verde claro ou azul.
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RESTAURAÇAO E LAVAGEM


Tapetes persas são relíquias, obras de arte que carregam, cada uma, a sua marca e prestígio de ser uma jóia única.
O tempo, a falta de manutenção correta ou até mesmo acidentes podem danificar o seu tapete e fazê-lo pensar que talvez não tenha mais solução. Por isso a Netzach coloca a sua disposição uma equipe de profissionais qualificados capazes de restaurar o dano sofrido por seu tapete e recuperar o DNA recebido por seus criadores. a restauração é realizada com todo o primor, técnicas e procedimentos aplicados na confecção dos mais renomados tapetes orientais.
Não existe uma regra que determine a periodicidade correta para a lavagem de seu tapete. Diversas variáveis precisam ser levadas em consideração, dentre elas a umidade, o local de exposição, o clima do ambiente e as condições de uso. Mas é inegociável o fato de que o tapete precisa ser lavado e para isso é necessário seja tratado por quem detém conhecimento suficiente para desempenhar este trabalho sem oferecer nenhum risco de danos à sua obra de arte.
A Netzach por respeito e preocupação com seus clientes e amigos desenvolveu uma oficina de excelência constituída por profissionais que executam este serviço com a capacidade de devolver ao seu tapete o mesmo brilho e charme que o tornou especial na sua aquisição.
O processo começa com a medição e análise completa do tapete, afim de constatar o grau de acúmulo de sujeira ou manchas em áreas específicas que necessitarão tratamento especial. Após isto, o tapete é registrado e todas as suas informações são descritas, esta anotação é a base do início da
lavagem. No término do processo é feita a verificação final em comparação com a verificação inicial.
Nos vídeos a seguir apresentamos as etapas da lavagem. Ressaltamos que por tratar-se de um bem valoroso o tapete deve ser manipulado por profissionais que entendam e conheçam o processo, os produtos e as máquinas que podesm ser utilizadas na lavagem.

DENNES LOPES